Oração de uma gótica

Oh Entidade Superior, Espíritos de  luz e verdade,

Sou uma gótica filha das trevas,

Caminho errante por essas estradas,

Vivendo num mundo que não me aceita,

Por temerem as verdades estampadas em meu ser,

Pois eu mostro as tristezas da terra,

Em meu preto luto,

Denuncio as lágrimas ocultas da humanidade,

Em minha pintura pesada e negra,

Uma filha pródiga com uma dura missão,

A de despertar essências adormecidas,

Sou mal vista por aqueles

Que se escondem por trás de livros sagrados,

Sentados no comodismo da crença,

Dos que vivem a margem da indiferença,

Se alimentando de falsa alegria,

Fechando os olhos pra vida

De si mesmos.

Oh Entidade Criadora,

Olho para eles,

Tão perdidos em suas ocupações

Vazias...

Vivendo apenas de demagogia,

Mas a essência está morta.

E nos cemitérios da vida,

Contemplo a morte como única saída,

Dolorosa dádiva libertadora,

Para os que em vida não se encontraram.

Oh entidades de luz,

Peço pelos meus irmãos

Que como eu  percorrem nessa via dolorosa,

Somos mártires da dor,

Pois carregamos invólutariamete,

Os sofrimentos dos outros,

Dos que riem de nós,

Que não peitam de frente,

As verdades obscuras,

Escondem-se por trás de uma luz,

Tão artificial como eles,

Não conseguindo enxergarem,

O que eles realmente são.

Olhai por nós que vivemos nas sombras,

Muitas vezes impostas pra nós,

Velai pelos que ainda não compreenderam

Sua árdua e penosa missão,

Perdoai os que se mataram,

Consolai nosso pranto,

Pois de uma coisa tenho certeza,

Não somos vazios

Mas...

Estamos sós!

Elodia